
BRASIL – É PRECISO FUGIR DO RUÍDO…
Primeiramente peço desculpas aqueles que acompanham o Bugg pois falhei nas postagens essa semana…não por acaso uma semana cheia de ruído. Pra fugir desse ruído vim para o País de Gales …sim Wales! Aquele do time que surpreendeu na Eurocopa a oesta de Inglaterra…não, não é a Islândia, mas é bem frio por aqui. É interessante notar que aqui em meio a ovelhas e carneiros tenho o silêncio que preciso para não dar tando ouvidos a Renan, Temer, Geddel e por aí vai.
O que foi colocado nos preços:
Bom sendo prático, o mercado acordou para o fato que é dezembro e estamos gordos, não estamos prontos para o carnaval, ou seja bora malhar! heheh…Em outra palavras o mercado acordou para o fato de que Brasil não vai crescer muito ano que vem (entre 0,5% e 1%), o atual governo não é uma rocha e tem teto de vidro, que as reformas necessitam de um equilíbrio político difícil de ser mantido e que sim é caro pagar 15x Lucro sobre as ações do Ibovespa.
Não obstante, o cenário político volta a fazer o ruído necessário para acordar do sonho dos 70k…vocês sabem né “bull in politics, bear in the markets”
Eu devia dar mais atenção as coisas simples da vida…tipo: capa da Exame, vende! Comentei isso um tempo atrás e não fiz…Deus me deu o sinal…mas realmente para ganhar $ em bolsa você tem que ir contra tudo que ouve, vê e lê…não tem outro jeito! Escrevi sobre essa capa dia 07/11…estávamos a 64.051 pontos.
BRASIL – REVERSOR INDEX E BOTÃO EJECT?!
Inclusive escrevi isso:
“E o que ajuda a fortalecer esse receio é o fato de os números da economia Brasileira ainda não demonstrarem nenhuma melhora…isso preocupa cara…já falei aqui que não acredito numa descorrelação eterna de fluxo financeiro e desempenho econômico…alguém tem que ajustar! Ou os números começam a mostrar melhora, ou bolsa cai! “
Mas ok…passou.
O que temos visto? Dados seguem sendo fracos! Os mais recentes:
PIB. Segundo o IBGE, o PIB recuou 0,8% no 3T16 ante o 2T16. Na comparação anual foi um recuo de 2,9%, 10ª queda consecutiva; no acumulado do ano -4,0% ante 2015, a maior queda para este período desde o início da série em 1996.
Confiança. Último dado de confiança também não ajudou. Melhora ante outubro, mas o tom é de acomodação e não de avanço.
“A melhora da confiança industrial entre abril e julho teve como protagonistas o ajuste de estoques e a diminuição do pessimismo em relação ao futuro. Ainda que permanecesse baixo em termos históricos, o ICI havia atingido o maior patamar desde o final de 2014. Desde então, no entanto, o índice continua oscilando em torno do nível atingido em julho. O setor aguarda notícias que alterem o ambiente de negócios, ainda bastante desfavorável”, afirma Tabi Thuler Santos, Coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE.
Mas aqui no silêncio dos carneiros e ovelhas, bebendo meu english tea eu me pergunto se houve uma verdadeira ruptura de cenário??
Sinceramente acho que não. Mas obviamente não sei qual o poder destruidor de uma delação da Odebrecht ou dos conchavos políticos. Não tenho como agregar NADA nesse sentido…e acho esse papo, MTO CHATO, pois não se chega a lugar nenhum…é um monte de especulação!
Salvo esses eventos que NINGUÉM prevê, o que temos como base?
- Inflação parece estar sendo controlada;
- Apesar dos solavancos externos, a tendência interna é que os juros caiam…talvez não tanto na curva que já precifica parte relevante dessa queda, mas existe espaço para queda da Selic;
- Queda de juros abre espaço para redução da alavancagem das empresas ou ao menos para o serviço da dívida e consequentemente representa mais Lucro na última linha;
- Existe espaço para recuperação da atividade com recomposição de estoques e um PIB crescendo 0,5%-1% ano que vem. Recente relatório do Itaú comenta isso. De que a produção tem estado abaixo da demanda e isso só é possível com o consumo de estoques…mas estoques acabam e em algum momento a produção retoma…mesmo que em velocidade ainda lenta. (abaixo o gráfico da relação estoques/PIB)
- Um outro fator que ajuda é a recuperação dos preços de commodities. Não gosto de contar com o ovo no “..” da galinha, mas conquanto que não haja nenhuma catástrofe, a recente alta nos preços de commodities é boa para nossa atividade produtiva. (abaixo gráfico semanal de um índice de commodities).
O Itau sustenta uma tese de 1,5% de crescimento de PIB pra ano que vem que eu acho meio too much….
O ponto central é: aqui em meio as belas pastagens do norte do país de Gales eu não vejo o mundo desabar…aliás acho que é muito ruído!
Acho apenas que essa irracionalidade dos movimentos recentes guardam certa racionalidade com o que tem sido observado nos números de nossa economia. Houve então um certo ajuste de expectativas e o mercado trabalhando com o cenário base e não mais o Bull case, o melhor cenário…como assim?
Base case: reformas sendo aprovadas/avançando em ritmo lento e com dificuldade e muita luta política. Juros caindo por conta da atividade fraca, mas com ruídos políticos afetando a credibilidade e moeda. Atividade respondendo lentamente.
Bull case: tudo sendo aprovado rapidamente, juro caindo rapidamente e atividade respondendo com o país voltando a crescer, governo fortificado e disputas políticas contornadas.
Worst case: governo perde apoio político, reformas não avançam, país não cresce, risco aumenta, juros não cedem como forma de ancoragem cambial, população insatisfeita pressiona e no limite poderia haver mudança na condução de política econômica ou até de governo, tipo novas eleições.
Comentei aqui BRASIL – IBOV DEU “PT”? #NOT – parte 2 sobre o potencial que podemos ver no IBOV. Sigo achando isso…acho sim possível haver um crescimento de lucros de 15% pra ano que vem…se isso for verdade a bolsa passaria a ficar cara lá depois dos 73k-75k.
Óbvio que vão haver solavancos e a alta não vai ser uma linha reta…come on! Estamos no Brasil!
Sigo achando que tem muito ruído! Por isso prefiro ficar aqui com as ovelhinhas ouvindo apenas o barulho do vento.
Bom, vou lá acabar de subir minha colina e “falar” com algumas ovelinhas…pedir uns conselhos.
4 comments
Bom dia William. Atualizando teus posts anteriores e no assunto das commodities, Vale e siderúrgicas continuam subindo no embalo do minério. O preço/tonelada já deve ter atingido níveis semelhantes aos de 2014, porém, com metade da demanda daquele ano. Quão próximos estamos do estouro dessa bolha?
Excelente pergunta Bruno.
Acredito que essa alta toda segue sendo motivada pela procura por investimentos dolarizados por chineses.
Minério e outros metais são a opção e acabam sendo inflados por essa especulação.
Acredito que é questão de tempo até o governo impor restrições como fez em outros mercados que passaram por isso (vale lembrar o que ocorreu com a bolsa chinesa em janeiro de 2016).
Olá William, excelente artigo!
Quando você vai postar a atualização da sua carteira.
Vale manter a HGTX3 que está em tendência de queda?
PS. obrigado pela sugestão de BEEF3!
Olá!
Legal, obrigado pelo feedback.
Voltei de viagem ontem a noite.
Essa semana ainda eu posto a respeito, ok?
abs